Winds of Change...
Pois é amigas ... hoje lembrei do título da música do Scorpions que tanto ouvi na década de 90 ... não poderia deixar de escrever esse post, no dia que considero um dos mais importantes na História Moderna... não poderia ficar sem falar em como o mundo mudou nas últimas décadas... ainda me custa a acreditar que o presidente eleito dos EUA e conseqüentemente o homem mais poderoso do mundo, é um americano negro, filho de um africano muçulmano do Quênia, e ainda por cima se chama Barack Hussein Obama... e pensar que na década de 60 ainda vigorava em muitos estados americanos a lei que proibia casamento inter racial... havia nos ônibus e restaurantes assentos para negros e para brancos...isso há somente pouco mais de quarenta anos!!! Quem já viu filmes que retratam a época lembram bem dos dizeres escritos em placas nos locais: "White only". "Black only". Simples assim.
Nos país nos red necks, ou seja, aquele americano típico do interior, branquelo do pescoço avermelhado, com sua camisa xadrez, apaixonado por armas, patriota ao extremo, porém incapaz de saber o que se passa no mundo fora das fronteiras do seu condado, quiçá do seu país, (eu ousaria dizer que alguns sequer sabem que existe mundo além das fronteiras americanas), me parece mentira ver adentrar na Casa Branca um negro (que é, na verdade, mestiço e para nós seria mulato, mas para eles, é negro, sem dúvida), acompanhado de sua bela e elegante mulher, também negra, e suas duas filhas. O homem que vai governar os EUA, e por conseguinte, o mundo, se elegeu sem levantar a bandeira do preconceito, do pobre negro oprimido pela sociedade elitista branca. Muito pelo contrário, formado em Ciências Políticas pela Universidade de Columbia e em seguida em Direito na sagrada Universidade Harvard, onde também concluiu doutorado, é, talvez, o mais intelecutal dos presidentes americanos. Sem que fosse preciso ele dizer uma única palavra, todos entederam a mensagem.
No país da Ku Klux Klan, essa, com certeza, vai ser difícil de engolir. O país colonizado pela elite branca inglesa hoje é o país dos negros, hispânicos, asiáticos, um país onde sua miscigenação é sintetizada pela face de seu novo presidente: BARACK HUSSEIN OBAMA.
Ao contrário do nosso Presidente, Barack Obama nunca pregou o discurso de coitadinho, de menino pobre, negro, oprimido e blá, blá, blá... isso é o que mais me admira nele. Venceu não por bradar aos quatro ventos sua condição sócio-econômica ou étnica, ou levantar uma bandeira, mas sim por causa de sua capacidade intelectual, cultural e política, de que ele merece estar ali não por ser de origem pobre e negro numa sociedade predominantemente branca, mas por ser bem mais culto do que a média americana e ser plenamente capaz de gerir uma nação, independente da cor da sua pele ou de suas origens.
Não há como não lembrar de Martin Luther King e de seu famoso
discurso:
..."eu tenho um sonho... que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. (...)"
Um discurso, proferido em agosto de 1963, vaticinou o que ocorreria hoje, 45 anos depois. Se estivesse aqui, Martin Luther King provavelmente estaria rindo de soslaio e dizendo a quem quisesse ouvir: "viram, eu não disse que um dia isso ia acontecer"??
Pois é. Aconteceu. Thanks GOD!!! Se ele vai governar a contento, um país que hoje está em plena crise financeira, já é uma outra história. Aliás, um outro capítulo da história que começa hoje.
Beijos!